O Teatro Clube de Alpedrinha foi fundado em Outubro 1893 pelo Dr. António Godinho Boavida, António da Costa Campos Patrício, João Correia de Castro, José Marques Tarouca e José Gouveia d'Almeida Baptista, com o intuito de dotar Alpedrinha de um novo teatro.
Na sua génese esteve o primeiro teatro do distrito de Castelo Branco, a "Casa da Ópera" também conhecida por Teatro do Calvário, fundado em 1839, por Teodósio Cerveira Alves de Sousa. Liderando um grupo de atores amadores composto por rapazes de Alpedrinha, empreenderam a tarefa de construir um teatro adaptando algumas casas no Bairro do Calvário para esse efeito.
Porém, a morte de Teodósio Cerveira em 1851 e o corte de relações entre o proprietário da "Casa da Ópera", Francisco Caldeira, com o grupo dramático levou ao encerramento deste espaço em 1855.
O grupo dramático logo tentou arranjar um novo espaço, mas só em 1858 é que se adaptou um outro edifício sito na rua dos Valadares a casa de espetáculos. Ficou assim conhecido o novo teatro como o Teatro da rua dos Valadares ou Teatro de Santa Catarina, dada a proximidade à capela de Santa Catarina.
O edifício foi cedido pelo seu proprietário, Teodósio Martins Rolão, para esse efeito, mas logo no ano seguinte o grupo dramático composto por 9 rapazes que frequentavam a Universidade de Coimbra, comprou o espaço e fizeram um teatro pelo risco do teatro académico, com frisas e 21 camarotes fechados. Por muito anos o grupo de teatro foi dinamizando o teatro, até que, no fatídico dia 9 de Fevereiro de 1891, um violento incêndio destruiu todo o edifício, infundindo um grande desânimo nos praticantes e apreciadores da divina arte de Talma.
A ideia de construção de um novo teatro surgiu assim em finais do ano de 1893 pelos cinco fundadores, iniciando-se as obras ainda nesse ano. O novo teatro localizado junto à estrada nacional, em terreno cedido pelas obras públicas, foi rapidamente construído.
No dia 12 de Novembro de 1894 era inaugurado com uma récita de amadores, subindo à cena o drama "Os dois sargentos" e as comédias "Em procura de noivo" e "A morte do galo". O teatro era bastante espaçoso, tendo 5 camarotes de 1ª ordem, 7 de 2ª, galerias e perto de 200 lugares de plateia.
Nele representaram as principais companhias que passavam pela região e os grupos de amadores locais que de quando em vez se formavam.
Em simultâneo foi fundado também um clube que sucedeu a outros existentes, deixando os fundadores logo agregada uma pequena sala no novo edifício do teatro para esse efeito. Daqui resultaria o nome com que a instituição seria batizada: "Teatro Club de Alpedrinha".
O espaço onde funcionava o "club" era de dimensões tão reduzidas que logo se pensou em ampliar o espaço, o que só veio acontecer em 1904 com a ampliação do edifício para o lado da rua Fonte do Carvalho.
Aumentou-se assim o espaço social do edifício com um salão e uma sala de bilhar.
Em 1944 o espaço social foi profundamente remodelado, acrescentando-se mais um piso. Este novo piso seria ocupado por uma sala de bilhar, sala de direção e um terraço, ficando no rés-do-chão um amplo e elegante salão de festas.
No período pós-revolução dos Cravos, a instituição sofre remodelação dos seus estatutos permitindo que todos pudessem ser associados com os mesmos direitos e deveres, ao invés do que acontecia no período pré-revolucionário, onde existia a categoria de sócio-acionista e sócio simples, sendo elegíveis apenas os primeiros.
Assim, a 24 de Fevereiro de 1978 constituiu-se como associação recreativa e de educação popular, tendo por fins a promoção cultural, recreativa e desportiva, bem como o reforço dos laços entre os alpetrinienses.
De imediato as sucessivas direções tomaram em mãos estes propósitos, organizando e dinamizando diversas atividades de cariz cultural, desde logo ligadas ao teatro e cinema, assim como atividades desportivas tão diversas como futebol, atletismo, ténis de mesa, provas de perícia automóvel entre outras.
Devido ao elevado estado de degradação da sala de espetáculos, criou-se em 1978 a Comissão de Reconstrução do Teatro, liderada pelo Dr. José Vasco Mendes de Matos, com o objetivo de reconstruir a sala de espetáculos do teatro em moldes modernos e funcionais.
A sala de espetáculos com a sua estrutura em madeira com 2 filas de camarotes, a plateia para apenas 35 lugares e palco em estado quase total de ruína, não oferecia segurança, sendo um perigo permanente de incêndio.
Segundo projecto do arquitecto Julião de Azevedo, as obras iniciaram-se em 1981 com a substituição da cobertura, continuando em 1982 com a execução da laje do 1° piso, dividindo o edifício do teatro horizontalmente, ficando no rés-do-chão uma sala de espetáculos com capacidade para 130 pessoas e no primeiro andar um salão multiusos.
A primeira grande campanha de obras de reconstrução durará mais 13 anos sob a orientação das diversas direções e dá-se por concluída em 25 de Novembro de 1995 com a sua inauguração.
Neste período houve novamente uma grande aposta na arte dramatúrgica, com a reativação do grupo de teatro amador que entre 1997 e 2006 levou ao palco 6 peças, todas elas com distinção.
Em 2000 foram iniciadas novas obras, desta feita na zona social do Teatro Clube, também acusando o passar do tempo.
Foram substituídos os pavimentos em estrutura de madeira por lajes de betão e coberta a zona do terraço.
O rés-do-chão da zona social ficou assim ocupado por instalações sanitárias, sala de direção e camarins e o 1º piso pelo bar dos associados e salão de snooker e bilhar. Esta segunda campanha de obras foi inaugurada em 17 de Fevereiro de 2001.
Logo após e mais recentemente houve uma maior aposta na programação musical, com a vinda ao Teatro Clube de muitos dos jovens músicos a nível nacional. Neste âmbito organizaram-se também 3 edições do festival Aragens, um festival de música que trouxe aos nossos palcos vários artistas nacionais e internacionais, todos coroados de grande êxito junto do público.